1985
O ano é considerado o marco zero da axé music, que nessa época era chamada de fricote, numa alusão à canção de Luiz Caldas, o pai do gênero. Começa a moda de coreografias para seguir os trios elétricos, mas as danças ainda não têm nomes específicos. Sarajane também surge nessa época.
1986
Surge a “dança da galinha”, que vem associada às canções de Gerônimo, como Jubiabá e Eu Sou Negão. Nessa época, a fantasia pra sair nos blocos ainda era chamada de mortalha. Ao lado do Olodum, Margarete Menezes faz sucesso com a canção Faraó.
1987
Olodum e Margarete Menezes são a sensação da folia promovendo a “dança afro”, que reinaria por alguns anos. Tonho Matéria lança a “dança do tchaco”.
1988
Surge a “dança do crocodilo”, com o Bloco da Ladeira da Barra, que depois se tornou Bloco Crocodilo.
1989
A Banda Beijo, com o vocalista Netinho, é a bola da vez.
1990
O ano em que a mortalha foi rebatizada de abadá é também o Carná da consagração do Chiclete com Banana. O vocalista Bell Marques e seu Bloco Camaleão nunca mais sairiam de moda. O Ara Ketu mistura percussão com eletrônicos, faz um repertório de músicas românticas e se apresenta como “banda afro-pop”. Dá polêmica, é claro.
1991/92
Daniela Mercury estoura gritando que “a cor dessa cidade sou eu” e inicia a era das musas do Carnaval. A Bamdamel faz o hit do ano, a música Prefixo de Verão. Não lembra? “Ae, ae, ae, ae/ Ei, ei, ei, ei/ Oô, oô, oô, oô, oô, oô, o.”
1993
O mauricinho Ricardo Chaves é a estrela do Carnaval, com o Bloco Crocodilo e a música É o Bicho.
1994
O Ara Ketu faz sucesso com a música O Ara Ketu é Bom Demais. A Timbalada cria seu bloco.
1995
É o auge das danças provocativas e letras de duplo sentido. Surge uma fornada de musas popozudas trajando shortinhos minúsculos. As principais são Carla Perez e Débora, que dançam com o negão sarado Jacaré. A banda estoura com o nome de Gerasamba, que, na verdade, pertencia a outro grupo. Depois de uma briga na Justiça, troca o nome para É o Tchan. Seu maior concorrente é a Cia. do Pagode, que coloca a dançarina Sara rebolando na boquinha da garrafa.
1996
As reboladoras do É o Tchan e da Cia. do Pagode já não reinam absolutas. Emergem a Timbalada, de Carlinhos Brown, e Ivete Sangalo, que exibe curvas e também um vozeirão com a Banda Eva. De lá pra cá só tem dado ela.
1997
O Ása de Águia lança a “dança da manivela”, um enorme sucesso. Daí para a frente, a onda das coreografias de axé perde força.
Que fim levaram
Sarajane
Musa do Carnaval quando cantava “Vamos abrir a roda, enlarguecer”, se dedica a uma ONG de projetos educacionais e um restaurante por quilo, em Salvador.
Luiz Caldas
O pai da axé ainda é reverenciado na Bahia, mas deixou de ser estrela do circuito principal. Ainda hoje tem o hábito de andar descalço, como nos tempos em que fez sucesso com Fricote.
Carla Perez
Mãe de dois filhos, a loira do Tchan se dedica à carreira de ídolo infantil. Tem um bloco de crianças que desfila nas manhãs de Carnaval com o simpático nome de Algodão Doce.
Débora
Uma operação no joelho para curar dores causadas pela dança acabou com a carreira da primeira morena do Tchan. Hoje, trabalha na parte gerencial da banda.
Sara
A moça passou da boquinha da garrafa para a vida doméstica. Casou, teve filhos e virou dona-de-casa. Agora, está tentando retomar a carreira.
Margarete Menezes
Continua fazendo aparições no Carnaval baiano. Mas como se tornou evangélica, resiste ao título de musa GLS.
Ricardo Chaves
O carinha que cantava É o Bicho ainda faz sucesso na Bahia e em micaretas pelo Nordeste.
Netinho
Quase quarentão, desistiu do sacolejo do trio elétrico e agora tenta emplacar como cantor romântico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário